terça-feira, 15 de maio de 2012

Localização / Classificação do monumento.


A igreja de S. João Baptista situa-se em Tomar, na praça da República, frente à Câmara Municipal e à estátua de D. Gualdim Pais. Está localizada no topo poente de duas das ruas mais antigas de Tomar, a Corredoura (atual Serpa Pinto) e a rua de S. João.

Para veres a igreja no mapa, clica aqui.


A igreja é um Monumento Nacional desde 1910.



Vista da Câmara para a igreja.

Vista do castelo dos Templários.
A Câmara, a praça e a igreja de S. João Baptista.





Para veres a praça e a igreja de S. João em 360º, clica aqui.



Fotografia panorâmica: Sotero Ferreira.







Quem mandou construir/ Construção


Não se sabe a data da fundação, mas em 1178 aparece uma referência à “rua de São João”, indiciando a existência de uma igreja já na época dos Templários.




As duas  pedras esculpidas,  cravadas na base da torre, talvez sejam o que resta de uma antiga igreja templária.


Cão e leão, frente-a-frente, separados por uma flor-de-lis.

Os primeiros documentos que falam da igreja são do tempo de D. Henrique, quando o Infante era governador da Ordem de Cristo.
Nessa época o templo foi completamente remodelado, começando a nascer a igreja gótica. Deste período henriquino resta apenas o portal sul (rua S. João). 


Infante D. Henrique.
 Painéis de S. Vicente (pormenor), Nuno Gonçalves, 1453.
Museu Nacional de Arte Antiga, Lisboa.

Portal sul.


D. Fernando, pai de D. Manuel, sucedeu ao Infante como governador da Ordem de Cristo. Foi ele que iniciou, em 1467, as obras que deram à igreja o aspeto e decoração gótica que hoje tem.







A construção foi terminada por D. Manuel I, em 1511, com a conclusão da torre.



  
Fotografia: F. Piqueiro/Foto Engenho
Fonte: ttt.ipt.pt

terça-feira, 8 de maio de 2012

Breve descrição e motivos de interesse


Descrição do exterior

A planta de 3 naves foi copiada, como foram tantas em Portugal, da igreja gótica de Santa Maria dos Olivais (século XIII).




A igreja é formada por 3 corpos distintos. A torre sineira complete o conjunto.

O portal principal é um excelente exemplar do estilo gótico flamejante.  
Portal principal.

Portal principal (pormenor)
Este tipo de gótico tem o nome de flamejante porque as suas formas, onduladas e verticais, fazem lembrar o fogo. Do latim flama, ou seja, chama, fogo. 
A decoração do portal tem muitos pormenores relacionados com a Natureza e os campos na época do Verão, quando se festeja o S. João.

Portal principal, pormenor.



Na torre estão todos os símbolos de D. Manuel, mas a cruz de Cristo tem o braço inferior maior que o habitual. Foi Filipe I quem alterou este símbolo da Ordem de Cristo e do rei.



Na torre de S. João, a cruz de Cristo filipina  testemunha o periodo da União Ibérica.







Descrição do interior


Dentro da igreja temos muitos elementos que nos chamam a atenção.
As colunas de S. João têm uma particularidade, há uma que é diferente de todas as outras!

Esta coluna, a primeira a ser erguida, seria o modelo a seguir, mas não foi isso que aconteceu.

Apesar de danificado, especialmente a esfera armilar, o púlpito é a peça mais delicada da igreja.

Púlpito. Além da esfera armilar, destacam-se a cruz de Cristo e o escudo de Portugal, os símbolos reais de D. Manuel I.

A semelhança de temas e a forma como a pedra foi esculpida, lembra o trabalho do portal principal, sendo possivelmente obras do mesmo autor.

No púlpito voltamos a encontrar pássaros , caracóis e motivos vegetais, como já vimos  no portal.


Nas paredes podemos admirar duas telas, pintadas por Gregório Lopes,  contando a morte de São João Baptista.

Gregório Lopes foi pintor dos reis D. Manuel e D. João III. Viveu em Tomar alguns anos, enquanto pintou estes e outros quadros.


Na Degolação de S. João, vemos o carrasco com a espada na mão, enquanto põe a cabeça do santo na bandeja que o mensageiro levará a Salomé.
Passando de um quadro para o outro, o mesmo mensageiro que recebera a cabeça de S. João entrega-a agora a Salomé.

No interior da igreja, o brilho dourado da capela-mor chama a nossa atenção.
A madeira do retábulo, a “moldura” do altar, foi talhada (esculpida), com muitos pormenores e toda revestida a dourado. Daí vem o nome dado a este tipo de trabalho: talha dourada.





Pormenor do retábulo do altar-mor.
A talha dourada foi muito apreciada no século XVIII, quando dominava o estilo barroco.

Lendas / Curiosidades.

De onde veio o nome da Igreja?

A igreja chama-se assim porque foi construída em evocação a S. João Baptista, o profeta que batizou Jesus no rio Jordão. A cena do batismo é o tema central de um tríptico que se encontra no batistério da igreja.

Triptíco sobre a Vida de Cristo.
Quentin de Metzys, início  século XVI

Uma lenda sobre a fundação e o nome de
Tomar.

Há um capitel inspirado numa das lendas sobre a fundação de Tomar.
Ali vemos o caçador a trespassar um javali, com a lança, auxiliado na caçada pelo seu cão. 
Ali vemos o caçador a trespassar um javali,
 com a lança, auxiliado na caçada pelo seu cão.


Quando D. Gualdim chegou,
 ao ver os seus homens e o javali morto,
 decidiu chamar Tomar à cidade.


O friso manuelino do portal norte (Corredoura), também mostra uma caçada.
Neste “filme” de pedra, uma matilha persegue o porco selvagem entre a vegetação…


Friso, no topo do portal norte,
 contando a história da fundação de Tomar.


Na frente corre o porco selvagem, identificado pelo focinho e pelo lombo arqueado, na sua perseguição, vem o primeiro cão da matilha.

Aqui vão os restantes cães, em perseguição do porco selvagem, ou melhor, dois cães e uma cadela!

Fechando o grupo está o caçador a receber uma peça de caça, um pato, que o último cão lhe traz.

 
É na praça da República, frente à igreja de S. João Baptista, que tem lugar o momento mais solene da mais famosa festa de Tomar, a Festa dos Tabuleiros.



1º cartaz da Festa dos Tabuleiros, 1929.


Quadro da pintora tomarense Maria de Lourdes de Mello e Castro.
Pintado em 1981, foioi cartaz da Festa em 1984.



Para veres a Festa dos Tabuleiros na Praça, clica aqui.

Fotografia panorâmica: Sotero Ferreira
Fonte: http://www.360cities.net/




Trabalho realizado por:

Maria Beatriz Almeida Nº12
André Morgado Ribeiro Nº4
Diva Costa Nº6
Patrícia Azevedo Nº17
Miguel Teixeira Nº16